Todo ano renovam-se as esperanças, as promessas e as expectativas. O ano é novo, mas e a escola?

Algumas paredes foram pintadas, alguns vidros foram trocados, tomadas, torneiras e outros reparos foram feitos. Até o jardim está mais bonito. Mas e o resto?

O resto somos nós: a coletividade, os alunos, os professores e funcionários. Acima do "nível da escola" raramente se pode contar com alguma coisa e, quando alguém de "fora da escola e da coletividade" põe o dedo na escola, geralmente é para atrapalhar e não para ajudar.

Assim tem sido ao longo das últimas décadas. Burocratas da DE e da SEE, que, salvo as raras exceções, não gostam de pessoas e nem de trabalho, e que gostam de tratar a escola como um monte de lixo que lida com gente pobre, estes somos forçados a pagar salários e rezar para que fiquem bem longe.

Como novidades para 2011 temos pouco em termos pedagógicos. Perdemos nossa Sala de Informática, onde investimos muito tempo e dinheiro gastos para recuperá-la e para implementar um uso pedagógico e eficiente da mesma. Desde o final do ano passado o governo estadual a sequestrou e transformou em uma Lan House que ele chama de "Programa Acessa Escola". Vamos tentar usar essa Lan House da forma que for possível, mas os projetos individuais dos professores que exigem um mínimo de autonomia destes, foram todos por água abaixo, ou melhor, afundaram na lama de uma política educacional desgovernada.

Novos professores estarão chegando na rede em 2011, mas de longe são em número totalmente  insuficiente. Provavelmente nossa escola não receberá nenhum novo efetivo e continuaremos a precisar de professores não-efetivos que o governo contrata e trata como se fossem mão-de-obra de quinta categoria.

A tão famosa "avaliação pelo mérito" que obrigava alguns poucos professores a fazerem provas para terem aumento salarial, prova essa que o governo implementou no ano passado, dessa vez sumiu. Assim, quem conseguiu fazer essa provinha no ano passado e conseguiu ganhar aumento se deu bem, os demais continuam roendo os ossos de uma política salarial feita para afastar os melhores profissionais e privilegiar os burocratas das DEs e da SEE que, salvo as raras exceções, mamam nas tetas da viúva e só produzem papéis para maquiar a realidade das escolas. Gentalha!

Aqui, no chão da escola, onde a Educação acontece de verdade, e apesar dos incompetentes que nos governam e seus apadrinhados e encostados, aqui as coisas continuarão melhorando por nossa iniciativa própria. Porque acreditamos na Educação, no direito de nossos alunos terem uma educação com qualidade para poderem se tornar cidadãos competentes, honestos, justos e sábios. Cidadãos que um dia irão substituir essa gentalha que hoje é sustentada pelo dinheiro público e que não tem vergonha de não ter capacidade nem vontade de honrar os seus salários e benesses.

Que 2011 venha acompanhado de mais professores envolvidos com a Educação e mais alunos com desejo de mudar o mundo.

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